sábado, 18 de fevereiro de 2012

 

Daria para flutuar nos acordes do tempo se o seu corpo balançasse tão lento que meus olhos pudessem perder-se nele… Mas, o animal cativo sangrava balas que a mão não poderia atirar… Tarde da noite, cedo do dia… A alma inteira dançava em agonia, que nem só de liberdade bailava a bailarina e nem só de sorriso sorria a poesia… No teatro da vida só você, meu bem, é que não passa para o próximo ato… Só você, meu bem, que não descortina absurdos para me transformar no abraço frio que a tarde de verão procurava… Só você caça o caçador ao invés dos elefantes que fugiam desajeitados pela relva nem tão verde quanto fora outrora… Só você, meu bem, passava acelerada, enquanto lentos eram os sorrisos com que eu te desejava boa sorte, antes de fechar a porta e decolar o avião… Antes de salvar o meu próprio coração, meu bem, só você fazia questão de desenhar no guardanapo, só você puxava a cadeira, só você abria a porta e fazia questão que eu entresse à sua frente… Só você, meu bem, fazia questão de ter-me cativa de teus abraços e em teus abraços aprisionar meus sonhos… Só você partia sem olhar para trás… Só você decolava a sua caçada em trens de pouso que te libertariam para outro estado… Só você era a saudade de uma ausência que a canção de uma noite não me deixaria esquecer jamais…

(Darla Medeiros)

Nenhum comentário:

Postar um comentário